🎗️ Agosto Lilás: a campanha que virou instrumento de vingança e estatística
O Agosto Lilás é, em teoria, uma campanha nacional pelo fim da violência contra a mulher. Na prática, especialmente nas cidades do interior, virou um ritual simbólico, sem estrutura, sem critério — e por vezes, perverso.
Falo como policial que vê os bastidores diariamente: nem tudo que se vende como proteção é justiça.
Na verdade, em muitos casos, a campanha serve menos para salvar vítimas e mais para alimentar estatísticas políticas.
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O que a propaganda não mostra
Sim, existem mulheres que sofrem caladas. Vivem anos sob agressões reais, suportando tudo por medo, pelos filhos ou por dependência financeira. Essas existem — e merecem todo o amparo do Estado.
Mas quem trabalha diariamente na PM ou em delegacias sabe que essas mulheres são minoria entre as que registram ocorrência.
A maioria segue o mesmo roteiro:
Registra um boletim em um dia
No outro, pede para retirar
E o sistema já está em curso: viatura deslocada, prisão, cela, audiência, restrição judicial
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O uso distorcido da Lei Maria da Penha
A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) dispensa qualquer prova inicial. Basta a palavra da mulher.
Se ela diz que foi agredida, ameaçada ou teve a liberdade restringida, o companheiro será preso.
Consequências práticas para o suposto agressor, mesmo sem prova:
Horas algemado na delegacia
Cela superlotada com criminosos reais
Até uma semana aguardando audiência
Restrição de ir à própria casa ou de pegar seus pertences
Perda de emprego ou danos à reputação
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mais de 310 mil medidas protetivas foram concedidas em 2022, muitas delas com base apenas na palavra da denunciante.
Em milhares de casos, nenhuma agressão real é confirmada depois.
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A chantagem legalizada
Hoje, qualquer desentendimento entre um casal pode ser registrado como "violência psicológica".
O termo foi banalizado ao ponto de não exigir mais critério algum. A vítima pode dizer que se sentiu "humilhada" ou "intimidada" em uma conversa e isso já justifica boletim de ocorrência, medida protetiva e prisão preventiva.
Casos recorrentes:
Mulheres que não aceitam o fim do relacionamento e usam a lei como chantagem
Ex-companheiras que provocam e agridem para provocar reação e depois denunciar
Acusações que nascem de ciúmes, vingança ou tentativas de manipular emocionalmente o ex-parceiro
Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revelam que, em mais de 40% dos processos por violência doméstica, a vítima volta atrás da denúncia nos primeiros 15 dias.
Enquanto isso, os inquéritos sérios e com provas reais ficam encostados nas mesas das delegacias.
Por quê? Porque a máquina pública não dá conta da demanda criada artificialmente.
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A delegacia que virou balcão de desabafos
Nas delegacias da mulher, o que se vê todos os dias são filas de mulheres com "demandas emocionais" — muitas vezes irrelevantes do ponto de vista jurídico, mas que precisam ser atendidas por obrigação legal e política.
Enquanto isso:
Inquéritos de estupro, cárcere privado e agressões com laudo médico ficam parados por anos
Policiais perdem tempo e estrutura com denúncias que serão retiradas dias depois
O volume de casos sem fundamento asfixia o sistema e impede o atendimento digno às vítimas reais
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Qual é o verdadeiro objetivo da Lei Maria da Penha hoje?
Criada em 2006 com o nobre objetivo de proteger mulheres em situação de violência, a Lei Maria da Penha hoje é usada como instrumento político e midiático.
A pergunta é: se todos sabemos que ela não protege de fato as mulheres em risco — por que ela é mantida e exaltada?
Simples: ela gera engajamento, cliques, discursos inflamados e palanques eleitorais.
Os mesmos grupos que dizem defender as mulheres:
Impedem que meninas aprendam educação financeira nas escolas, perpetuando a dependência econômica
Apoiam a hipersexualização feminina em músicas e mídias que tratam o corpo da mulher como mercadoria
Incentivam financeiramente a gravidez em série, criando um ciclo de dependência e miséria
Esse sistema não quer mulheres livres, conscientes e estruturadas — quer massa de manobra, estatísticas de impacto e controle político.
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Este texto não é contra as mulheres — é contra a farsa
Nada do que foi dito aqui pretende relativizar o sofrimento das mulheres que realmente são vítimas.
Pelo contrário: essas mulheres são as maiores prejudicadas pela banalização da causa.
Mas este texto expõe a hipocrisia de um sistema que finge defender mulheres enquanto destrói famílias, prende inocentes e alimenta uma estrutura de poder disfarçada de justiça social.
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Conclusão
A proteção real à mulher só virá com:
Educação de verdade
Autonomia financeira
Acolhimento digno
Justiça com critério
Enquanto isso não existir, o Agosto Lilás continuará sendo o que tem sido: um teatro para a mídia e um inferno para muitos inocentes.
- Dario Malthan
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🔎 Fontes:
Fórum Brasileiro de Segurança Pública (Anuário 2023): https://forumseguranca.org.br
CNJ (Justiça em Números 2023): https://www.cnj.jus.br
Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006): https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm
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