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Mostrando postagens com o rótulo Política

🎗️ Agosto Lilás: a campanha que virou instrumento de vingança e estatística

O Agosto Lilás é, em teoria, uma campanha nacional pelo fim da violência contra a mulher. Na prática, especialmente nas cidades do interior, virou um ritual simbólico, sem estrutura, sem critério — e por vezes, perverso. Falo como policial que vê os bastidores diariamente: nem tudo que se vende como proteção é justiça. Na verdade, em muitos casos, a campanha serve menos para salvar vítimas e mais para alimentar estatísticas políticas. --- O que a propaganda não mostra Sim, existem mulheres que sofrem caladas. Vivem anos sob agressões reais, suportando tudo por medo, pelos filhos ou por dependência financeira. Essas existem — e merecem todo o amparo do Estado. Mas quem trabalha diariamente na PM ou em delegacias sabe que essas mulheres são minoria entre as que registram ocorrência. A maioria segue o mesmo roteiro: Registra um boletim em um dia No outro, pede para retirar E o sistema já está em curso: viatura deslocada, prisão, cela, audiência, restrição judicial --- O uso distorcido da ...

Entre o sacrifício e a responsabilidade: a verdade que o servidor não pode ignorar

Como servidor público de Minas Gerais, não estou satisfeito.   Meu salário foi congelado por anos. As promoções legais que me cabiam foram suspensas. O governo exige sacrifício — e ele recai com mais força sobre a base do funcionalismo, não sobre os altos cargos ou estruturas privilegiadas.   O governo Zema está longe de ser perfeito. Falta diálogo com quem está na ponta. Falta iniciativa mais firme no combate a privilégios. E falta, em muitos momentos, a sensibilidade para diferenciar desperdício de necessidade.   Mas é preciso ser justo:   Desde os anos 1990, nenhum governo estadual manteve o pagamento regular da dívida com a União. Minas assinou o refinanciamento em 1998 com uma dívida de R$ 14,6 bilhões e, com juros compostos e inadimplência sucessiva, chegou a mais de R$ 160 bilhões em 2024.  Enquanto isso, governos passados ampliaram gastos com pessoal, criaram penduricalhos e comprometeram a arrecadação com renúncias fiscais irrespon...