Como o Brasil ainda está de pé?

Às vezes é impossível não se perguntar:

como esse país ainda não implodiu?

Você olha em volta e vê um povo anestesiado por barulho, álcool, futebol, dancinha de TikTok e fanatismo político.

Gente que vive em círculos de mediocridade sem nem se dar conta.

E o país... ainda não caiu.


Mas isso não é sinal de força.

É sintoma de um colapso dopado.

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O retrato perfeito da decadência

Depois de encher a cara e estourar os tímpanos em frente a caixas de som que fazem tremer até o cérebro, o imbecil entra no carro financiado em parcelas a perder de vista.

Sai pela cidade fazendo zigue-zague enquanto tenta dirigir e, ao mesmo tempo, responder uma provocação no grupo de Zap Zap sobre o Corinthians e Palmeiras do domingo à tarde.

Fura alguns semáforos, sobe na calçada, tira fina de um pedestre… e finalmente chega em casa.

Ao perceber que não tem o que comer, briga com a filha adolescente que não sai do iPhone, bate na mulher porque não fez a janta (ela estava com ele na rua) e desmaia na cama.

Acorda algumas horas depois com o despertador, toma mais uma “pra curar a ressaca” e sai pro trabalho reclamando da vida.

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Sobrevivência não é funcionamento saudável.

O que mantém o país em pé não é o povo, é a inércia de um sistema que ainda não apodreceu por completo:

O agro exporta.

Os bancos giram.

A Receita arrecada.

O servidor assina o ponto.

O boleto chega no e-mail.


Nada disso acontece por consciência coletiva. Acontece apesar dela.

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A alienação é uma anestesia nacional:

Barulho constante.

Tela rolando sem parar.

Cerveja gelada e gritaria no grupo da família.


Essa é a realidade de milhões.

E essa distração é o que impede o povo de entrar em colapso nervoso. Se a maioria tivesse um instante de lucidez real, o país explodiria de desespero no mesmo dia.

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Quem segura esse país?

Não é o sujeito do churrasco.

Nem o influencer da frase feita.

Nem o gênio político do bar.


Quem ainda segura esse escombro é a minoria silenciosa:

O trabalhador honesto.

A professora que ganha pouco pra cumprir uma missão quase impossível.

A mãe que se vira sozinha.

O servidor que ainda tenta fazer o certo.

O pequeno empreendedor que paga tudo e não recebe nada.


São esses que impedem a ruína total.

E são os que menos aparecem, menos gritam e menos são ouvidos.


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Estamos de pé ou só não desabamos ainda?

O Brasil não está firme.

Está dopado.

Não está vivo. Está funcionando no automático.

Não resiste. Apenas vegeta.


 Um país que não caiu porque está muito distraído pra perceber que já está no chão.


- Dario Malthan 




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