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Mostrando postagens com o rótulo Reflexões

🎗️ Agosto Lilás: a campanha que virou instrumento de vingança e estatística

O Agosto Lilás é, em teoria, uma campanha nacional pelo fim da violência contra a mulher. Na prática, especialmente nas cidades do interior, virou um ritual simbólico, sem estrutura, sem critério — e por vezes, perverso. Falo como policial que vê os bastidores diariamente: nem tudo que se vende como proteção é justiça. Na verdade, em muitos casos, a campanha serve menos para salvar vítimas e mais para alimentar estatísticas políticas. --- O que a propaganda não mostra Sim, existem mulheres que sofrem caladas. Vivem anos sob agressões reais, suportando tudo por medo, pelos filhos ou por dependência financeira. Essas existem — e merecem todo o amparo do Estado. Mas quem trabalha diariamente na PM ou em delegacias sabe que essas mulheres são minoria entre as que registram ocorrência. A maioria segue o mesmo roteiro: Registra um boletim em um dia No outro, pede para retirar E o sistema já está em curso: viatura deslocada, prisão, cela, audiência, restrição judicial --- O uso distorcido da ...

A Beleza Não É Democrática: Por Que Nem Tudo Que Se Chama Arte É Arte

Vivemos numa época em que tudo precisa ser relativizado para não ferir sensibilidades. Até mesmo a beleza. Dizer que Beethoven está em outro patamar comparado a um “hit” vulgar de letra pobre — ou que Michelangelo não pode ser colocado ao lado de artistas contemporâneos que apenas rabiscam uma tela — virou quase um crime de opinião. Mas a verdade é simples: a beleza não é democrática. E a arte, tampouco. A grande ilusão da “arte como expressão pessoal” Hoje em dia, basta alguém dizer “isso é a minha expressão” para que se exija que aquilo seja respeitado como arte. Mas expressar algo pessoal não transforma automaticamente em obra de arte. Arte verdadeira pressupõe mais do que intenção: exige forma, estrutura, técnica e um impacto que ultrapassa o próprio autor. Artistas como Michelangelo, Beethoven, Bach e Botticelli produziram obras que resistem ao tempo porque dominaram técnica, simbolismo, ordem e sensibilidade. Eles buscavam elevar quem contemplasse sua arte — não apenas chocar ou ...

Como o Brasil ainda está de pé?

Às vezes é impossível não se perguntar: como esse país ainda não implodiu? Você olha em volta e vê um povo anestesiado por barulho, álcool, futebol, dancinha de TikTok e fanatismo político. Gente que vive em círculos de mediocridade sem nem se dar conta. E o país... ainda não caiu. Mas isso não é sinal de força. É sintoma de um colapso dopado. --- O retrato perfeito da decadência Depois de encher a cara e estourar os tímpanos em frente a caixas de som que fazem tremer até o cérebro, o imbecil entra no carro financiado em parcelas a perder de vista. Sai pela cidade fazendo zigue-zague enquanto tenta dirigir e, ao mesmo tempo, responder uma provocação no grupo de Zap Zap sobre o Corinthians e Palmeiras do domingo à tarde. Fura alguns semáforos, sobe na calçada, tira fina de um pedestre… e finalmente chega em casa. Ao perceber que não tem o que comer, briga com a filha adolescente que não sai do iPhone, bate na mulher porque não fez a janta (ela estava com ele na rua) e desmaia na cama. A...