Inteligência Artificial: será que ela merece esse nome?
Inteligência é, em linhas gerais, a capacidade de compreender, aprender com experiências, raciocinar de forma lógica, adaptar-se a novas situações e tomar decisões conscientes. Envolve não apenas acumular informações, mas interpretar contextos, criar soluções originais e perceber nuances do mundo real. É uma habilidade complexa, profundamente ligada à experiência e à consciência, algo que até hoje nenhum sistema de inteligência artificial consegue replicar de fato.
A expressão “inteligência artificial” virou moda, mas a realidade é bem menos glamourosa do que o marketing promete. Ela impressiona à primeira vista, mas tropeça em erros que qualquer pessoa comum percebe na hora.
A começar pela memória: a IA não consegue sustentar uma conversa longa sem se perder. Esquece o que o próprio usuário disse alguns minutos atrás e, no dia seguinte, é como se nunca tivesse ouvido falar de você. Essa amnésia constante mata qualquer expectativa de continuidade real.
Outro problema é a informação desatualizada. A IA não tem acesso pleno e instantâneo ao mundo real. Muitas vezes está presa a um banco de dados antigo, o que faz com que responda sobre eventos recentes com palpites ou frases genéricas. Não é raro ver gente pedindo novidades e recebendo respostas que parecem de três anos atrás.
As famosas “alucinações” são talvez a falha mais gritante. A IA inventa artigos científicos que não existem, cita leis fictícias ou coloca na boca de escritores frases que jamais foram ditas. E faz isso com uma segurança absurda, como se fosse uma autoridade no assunto. Muita gente cai nessa porque a resposta soa convincente.
Na matemática e na lógica formal, a situação é quase cômica. Contas simples passam, mas se o problema envolve várias etapas, prepare-se para erros grotescos. A IA já conseguiu explicar corretamente o raciocínio de um cálculo e, na linha seguinte, errar uma soma elementar.
O senso comum também é um desastre. Ela pode recomendar misturar ingredientes incompatíveis em uma receita ou sugerir exercícios físicos inviáveis na prática. A razão é simples: não tem experiência real, nunca viveu nada. É puro texto sem vivência por trás.
E ainda há os filtros. Qualquer tema que envolva risco, política, saúde ou segurança é tratado com luvas de pelica. Muitas vezes isso atrapalha até usos legítimos. O resultado é uma ferramenta que parece poderosa, mas que se auto sabota quando o assunto sai do script.
Em resumo, a inteligência artificial é útil para tarefas básicas, mas incapaz de entregar a confiabilidade que o marketing promete. Esquece, inventa, erra cálculos, ignora o mundo real e se esconde atrás de restrições. Funciona bem como apoio, mas tratá-la como substituto da inteligência humana é ingenuidade.
- Dario Malthan
Se você concorda com essa verdade ignorada, compartilhe este texto.
📱 Compartilhar no WhatsApp
E se você quer receber análises afiadas, insights exclusivos e recomendações de livros que desafiam o senso comum, entre no canal do WhatsApp:
Conteúdo direto, sem enrolação — e que não vai passar batido.
Comentários
Postar um comentário