Rolezinho do grau: orgulho nacional!

 É raro o dia em que saio na rua e não encontro um motoqueiro iluminado — aquelas mentes superiores que abençoam o trânsito com suas manobras radicais, que desafiam as leis da física.


Hora é um daqueles jovens de bom gosto: bermuda tactel, chinelo de dedo, empinando, gravando e postando orgulhosamente no TikTok; hora é um entregador de delivery chacoalhando nossos lanches noturnos (é por isso que a Coca-Cola espirra na hora que a gente abre).


Ainda tem uma variação do primeiro: o jovem de bom gosto leva sua dama na garupa — aquelas com blusinha tomara que caia, barriga de fora e short que mal tem pano pra tampar um palmo abaixo da cintura.


Até existem movimentos similares em outros países, mas nenhum com a mesma graciosidade do nosso grau nacional.


Aqui, o grau não é só manobra — é manifestação artística, é filosofia de vida, é resistência cultural em duas rodas. E quem reclama? Inveja, claro. Inveja de não ter equilíbrio, nem moto, nem coragem de voar sobre o asfalto como um verdadeiro cavaleiro do apocalipse urbano.


No fundo, todos nós sabemos: o Brasil não precisa de prêmio Nobel, nem de segurança viária — muito menos de educação básica. Pra quê, se já temos a Turminha do Grau — nosso patrimônio imaterial sobre duas rodas?


Enquanto países de primeiro mundo se orgulham de avanços científicos e civismo, nós mostramos ao planeta o verdadeiro significado de liberdade: empinar sem capacete, entre carros, com a traseira tremendo e o chinelo voando.


É o Brasil exportando cultura em alta rotação — provando que, quando o assunto é ignorância performática com identidade, ninguém faz melhor que a gente.


- Dario Malthan 

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