Entre o sacrifício e a responsabilidade: a verdade que o servidor não pode ignorar

Como servidor público de Minas Gerais, não estou satisfeito. 

 Meu salário foi congelado por anos. As promoções legais que me cabiam foram suspensas. O governo exige sacrifício — e ele recai com mais força sobre a base do funcionalismo, não sobre os altos cargos ou estruturas privilegiadas. 

 O governo Zema está longe de ser perfeito. Falta diálogo com quem está na ponta. Falta iniciativa mais firme no combate a privilégios. E falta, em muitos momentos, a sensibilidade para diferenciar desperdício de necessidade. 

 Mas é preciso ser justo: 

 Desde os anos 1990, nenhum governo estadual manteve o pagamento regular da dívida com a União. Minas assinou o refinanciamento em 1998 com uma dívida de R$ 14,6 bilhões e, com juros compostos e inadimplência sucessiva, chegou a mais de R$ 160 bilhões em 2024. 
Enquanto isso, governos passados ampliaram gastos com pessoal, criaram penduricalhos e comprometeram a arrecadação com renúncias fiscais irresponsáveis. Entre 2012 e 2018, por exemplo, Minas teve déficits primários em todos os anos e ainda paralisou o pagamento de salários e fornecedores. 

Zema foi o único a romper esse ciclo. Assumiu a verdade: 

Minas estava falida. Cortou gastos, impôs limites, enfrentou o desgaste e reequilibrou as contas. O resultado foi histórico: Superávit primário de R$ 7,5 bilhões em 2023, o maior desde a redemocratização; Gasto com pessoal reconduzido ao limite legal da LRF (48,2%) após anos acima do teto; Melhoria nos indicadores de solvência, com capacidade de pagamento elevada de "D" para "C" (dados da STN); Folha de pagamento regularizada sem parcelamentos desde 2021. 

O paralelo com Javier Milei é inevitável: 

 Na Argentina, o primeiro superávit fiscal em 16 anos foi alcançado em abril de 2024, após cortes radicais e fim de subsídios insustentáveis. As medidas foram duras, sim — mas tiraram o país do abismo em que se encontrava.

 Eu não apoio tudo no governo Zema. Mas reconheço, com honestidade, que foi o único a fazer o que era necessário — e que o melhor para Minas é a continuidade dessa linha de gestão através de seus sucessores. Desde que tenham coragem, técnica e, quem sabe, um pouco mais de justiça com quem carrega o Estado nas costas.


- Dario Malthan 
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